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Roteiro pelo Norte da Argentina: Tudo o que você precisa saber

  • Foto do escritor: Joana Tibolla
    Joana Tibolla
  • 23 de nov. de 2024
  • 10 min de leitura

Atualizado: 15 de mai.


Quando se fala em viajar para a Argentina, muitos pensam em Buenos Aires, em ver neve em Bariloche, nos vinhos de Mendoza e nas paisagens da Patagônia. Mas o país revela mais surpresas do que você possa imaginar e o Norte da Argentina é surpreendemente incrível.


O Norte da Argentina, é uma região ainda pouco explorada pelos brasileiros, que surpreende a cada novo lugar que se conhece.



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Mas é nas províncias de Salta e Jujuy que você vai apreciar paisagens que jamais achou que encontraria em terras hermanas: formações rochosas espetaculares, montanhas coloridas, cactos gigantes, a imensidão do deserto de sal, com direito a um bom vinho e ótima gastronomia, climas desérticos e um gostinho da cultura andina que resiste ao tempo.









Paisagens incríveis em Jujuy
Paisagens incríveis em Jujuy

 O norte da Argentina faz fronteira com Bolívia e Chile. E o cenário por aqui é completamente diferente do restante do país.


A região é formada pelas províncias de Salta, Jujuy, Tucumán, Catamarca, Santiago del Estero e La Rioja.




COMO É O NORTE DA ARGENTINA



O Norte da Argentina oferece uma combinação intrigante de paisagens vibrantes, montanhas coloridas e imponentes, que compõem um cenário impressionante. A imensidão do seu deserto de sal, contrasta com todas essas cores e se fundem a uma cultura totalmente diferente do que encontramos em outros lugares da Argentina.

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Clima desértico, altas altitudes, amplitude térmica, cidades de chão batido que lembram muito San Pedro de Atacama são características desse lugar.

Purmamarca, Jujuy.
Purmamarca, Jujuy.

Mas não é somente pelas paisagens incríveis que o norte da Argentina deve ser explorado, por lá existem regiões vitivinícolas, com produção de ótimos vinhos de altitude, a terra do Torrontes, o melhor que já experimentei até hoje.

A principal região de vinícolas do norte Argentino é Cafayate, na província de Salta.

Bodega El Esteco
Bodega El Esteco

Comparado com outros lugares turísticos da Argentina, essa região é bastante acessível em questão de custos. Por aqui você experimenta hospedagens de luxo, alta gastronomia, almoços harmonizados em vinícolas por valores muito abaixo do restante da Argentina e do Brasil também.


Vinícola Yacoraite, Quebrada de Humahuaca, Jujuy.
Vinícola Yacoraite, Quebrada de Humahuaca, Jujuy.

Os almoços harmonizados assim como as típicas empanadas saltenhas são maravilhosas.
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NORTE ARGENTINO: cidades para visitar.


Criar um itinerário perfeito para visitar o norte da Argentina não é tarefa fácil. Há muitos lugares lindos para visitar tanto na província de Salta como em Jujuy, que foram os lugares que já conheci. Voltarei para a região para conhecer a Catamarca, um lugar extraordinário quando se fala em belezas naturais e muito parecido com o Atacama.


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Chegando na Capital Salta, você pode optar por explorar a região de vinícolas em Cafayate, assim como conhecer a Ruta 68 e Ruta 40. Ou seguir em direção contrária para conhecer a Província de Jujuy.




Província de Jujuy


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Jujuy, ao noroeste da Argentina, é a última das províncias do país: faz divisa com a Bolívia, com o Chile e, dentro do território, com Salta. Tal localização geográfica resulta em belezas naturais e históricas que nos deixam encantados. Um cenário exótico, repleto de montanhas multicoloridas , vilarejos pitorescos e até mesmo deserto de sal.






Como Jujuy faz divisa com Salta, se tiver tempo, o ideal é que ambas as províncias possam ser visitadas em um roteiro conjunto.

  • Caso chegue por via aérea, o Aeroporto Internacional Gobernador Horacio Guzmán, na cidade de San Salvador de Jujuycapital da província, possui voos diretos a partir de Buenos Aires.

  • Outra maneira de chegar até aqui de avião seria pelo aeroporto de Salta.


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Eu fiz essa viagem de carro saindo do RS. Numa primeira viagem para o norte da Argentina conheci Salta e Cafayate. Em uma segunda viagem optamos pela província de Jujuy e estendemos até o Deserto do Atacama.



Onde se hospedar em Jujuy


A distância entre Salta e San Salvador de Jujuy é 120km. Minha sugestão que quando for visitar a província de Jujuy se hospede em Purmamarca ou Tilcara. São duas cidades com localização estratégica para fazer os passeios da região. Me hospedei em ambas e gostei das duas, são pequenos vilarejos, muito semelhantes esteticamente falando a San Pedro de Atacama mas infinitamente menor. A diferença é que em Tilcara você encontrará mais restaurantes quando comparado com Purmamarca além de um centrinho mais agitado.

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A dica para você que vem de avião é alugar um carro, já que o roteiro por Jujuy consiste em conhecer cidades como Purmamarca, Humuhuaca, Tilcara e Salinas Grandes, e pode ser esticado para aproveitar ainda as maravilhas de Salta e da região de Cafayate, guiado por estradas cinematográficas.


Clima em Jujuy


Os meses do outono e da primavera são os mais recomendados para se visitar as localidades de Jujuy. O que marca essas estações é que durante o dia o clima fica agradável e a noite a temperatura cai.


No inverno apesar do frio ser muito rigoroso, essa é a época preferida dos locais para visitar essa região do norte argentino. Uma das vantagens de ir pra lá no inverno é que os dias são lindos e chove super pouco. É um período bem seco por lá, as temperaturas ficam em torno de 10ºC. É justamente no inverno a alta temporada.


No outro extremo das temperaturas está o verão, que acontece entre dezembro e março. Essa é uma estação um pouco mais complicada para viajar, já que o calor é bem forte e costuma chover com muita frequência, principalmente no mês de janeiro. O verão sem dúvida é a época que não destinaria para conhecer essa região.


Já estive no norte da Argentina por duas vezes, uma no inverno em julho, a ultima em outubro. Eu gostei mais de viajar para essa região no inverno, acho mais agradável, os dias eram limpos sem nenhuma nebulosidade. Em outubro, a maioria dos dias foram quentes com temperatura superior a 30C e com sensação térmica até mais alta e com dias mais nebulosos.

Cidades para conhecer em Jujuy


  • Tilcara

Tilcara se encontra a 84km da capital San Salvador de Jujuy via estrada totalmente asfaltada. O trajeto em si da capital até aqui já é um espetáculo.

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Tilcara é a melhor base para explorar a Quebrada de Humahuaca, uma região cheia de montanhas coloridas e vilas andinas. Junte isso às montanhas que colorem o segundo-plano, típicas de cartão-postal, e fica impossível não se apaixonar por Tilcara.


Está localizada a 2465 metros acima do nível do mar, o que é considerado uma altitude elevada. É possível que algumas pessoas apresentem soroche, ou o mal da montanha, ao chegar à cidade, em especial se vêm de regiões mais baixas. O ideal é que se durma pelo menos um noite por aqui para aclimatar antes de conhecer o famoso cerro de 14 colores, Hornocal e Salinas Grandes.


Nós não sofremos com o mal de altitude em Tilcara, apenas um leve cansaço ao se expor a esforço, como subir escadas ou caminhar rapidamente. Importante se manter hidratado o tempo todo.


Tilcara é um vilarejo charmoso, a cultura andina por aqui é muito presente. Possui um centrinho charmoso e bons restaurantes, hotéis boutique, e localização estratégica sendo uma ótima opção de base para explorar a Quebrada de Humuhuaca.


Onde comer em Tilcara: não esqueça dessa dica, o Restaurante El Nuevo Progreso da chef Maria Florência Rodrigues é um verdadeiro espetáculo gastronômico. Sem dúvida esse será um dos melhores lugares que você vai comer por aqui.

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Esse Restaurante é bastante procurado, sempre com fila de espera, por isso sugiro que reserve com antecedência.
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Onde se hospedar: nos hospedamos no hotel Las Terrazas hotel boutique muito charmoso, próximo do centrinho, você pode deixar o carro no hotel e ir caminhando conhecer a cidade.

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Único porém deste hotel, é que você precisará subir alguns lances de escada até os quartos, com malas grandes esse é um ponto negativo. Mas vale muito a pena se hospedar por aqui.


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Café da manhã com vista para as montanhas.

  • Purmamarca

Purmamarca é um dos povoados da Quebrada da Humahuaca, assim como Tilcara, essa região é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade.

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Se você pensa que o Cerro de Los 7 Colores é o único atrativo, não poderia estar mais enganado. O vilarejo localizado na região andina tem cactos gigantes, montanhas coloridas que parecem esculpidas à mão em meio a cidade.

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Purmamarca fica a 65km de San Salvador de Jujuy, capital da província de Jujuy, a uma altitude de 2324 metros acima do mar, e tem localização estratégica, sendo ponto de partida para vários passeios como Hornocal e Salinas Grandes.


Sugiro que opte para se hospedar na região por Tilcara ou Purmamarca.

Onde se hospedar em Purmamarca:

Se eu puder dar uma dica sobre hospedagem na região seria o incrível Hotel La Comarca, localizado de frente para o Cerro de 7 cores de Purmamarca.


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Caso não se hospede por aqui uma outra forma de conhecer esse lugar é almoçar no Restaurante do Hotel que é aberto ao público.

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  • Humuhuaca


Humuhuaca fica a 128km da capital San Salvador de Jujuy, a uma altitude de 3012 metros acima do nível do mar.


Em Humuhuaca estive apenas de passagem para ir até o famoso e incrível Hornocal, o Cerro de 14 colores da Argentina.


El Hornocal, Serrania del Hornocal ou Cerro de 14 colores está localizado a cerca de 24km de Humuhuaca, a uma altitude de 4350metros.


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Trata-se de um conjunto de montanhas de 14 diferentes tonalidades de cor em que o pico pode atingir mais de 4.700m. A variação de cor é em virtude da composição de minérios ao longo de milhões e milhões de anos.


O melhor horário para se ver as cores do Hornocal mais destacadas é no período da tarde, entre 13h e 15h.

São 24km de distância entre a cidade e a entrada para o mirante. Embora a distância seja relativamente curta, o percurso dura cerca de 1h, porque a estrada é de chão e, na reta final, com bastante curvas. Devido à subida abrupta é normal sentir a altitude e seus sintomas. Para esse passeio o ideal é estar bem hidratado, comer balinhas de coca ou até mesmo beber chá de folha de coca durante o percurso e passeio em si.

Estrada que leva ao Hornocal

Você chega até o mirante do parque de carro e de lá já consegue ver bem a montanha como a foto abaixo. A maioria aos turistas ficam por aqui mesmo, mas se você ainda tiver fôlego a essa altitude, pode fazer uma caminhada que te deixa muito perto dela.

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Minha sugestão é que faça essa pequena trilha, caminhando devagar, de perto é mais incrível ainda.

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Nós fizemos o passeio com carro próprio, nosso carro não é 4x4, apesar de ser subida constante e estrada de chão é super aceitável e tranquilo fazer sozinho. O ingresso do parque é comprado no local mesmo.


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SALINAS GRANDES, o incrível salar Argentino


Salinas Grandes é um salar no norte da Argentina, a terceira maior salina do mundo. São 525km² de área entre Salta e Jujuy, na região dos Andes, a uma altura de 3.450 metros acima do nível do mar.

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Para chegar até aqui eu fiz como base a cidade de Purmamarca onde me hospedei no dia anterior. De Purmamarca até Salinas Grandes são 65km, percorridos pela Rota 52 , subindo pela Cuesta de Lipán: um caminho em ziguezague, deslumbrante. Com um mirante na Abra de Potrerillos, a 4170 metros de altura. O caminho continua, e desce outra vez serpenteante até chegar a um imenso deserto de sal, na Puna: as Salinas Grandes.

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Pela subida e descida abrupta é comum sentir os sintomas do mal de altitude, principalmente cansaço, dores de cabeça, enjoos e respiração ofegante. Novamente as balinhas de coca ajudaram muito! Comprei no centrinho de Purmamarca.

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Você sabia que pode se hospedar em meio ao deserto de sal?

Pristine Camps com seus domos imersos no salar, é sem dúvida uma das melhores experiências que você vai viver no norte da Argentina.

Falarei sobre esse lugar em post específico.

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Seguindo de Salinas Grandes a Rota 52 é caminho para Paso de Jama, fronteira com o Chile. Nos hospedamos em Salinas Grandes e no dia seguinte partimos em direção ao Chile.


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Província de Salta


SALTA CAPITAL

A cidade de Salta é a capital da província e também a maior cidade do norte da

Argentina. Ela é uma das portas de entrada para as maravilhas da região recebendo voos diretos de São Paulo.


Nós gostamos de uma roadtrip, fizemos esse roteiro de carro, saindo do RS e ingressando na Argentina pela fronteira de São Borja/ São Tomé. Em outro post falo sobre o trajeto até Salta.


A cidade conta com uma ótima infra-estrutura e é muitas vezes usada pelos turistas como base para os passeios da região.


ONDE SE HOSPEDAR EM SALTA

Para quem viaja de carro, Salta tem uma peculiaridade, a maioria dos hotéis não dispõem de estacionamento, mas você encontra terceirizados próximos.

Vou deixar a dica de dois hotéis que me hospedei é que gostei muito.



📌 Hotel Villa Vicuña : Se você busca um hotel boutique, mais intimista, esse lugar é incrível.


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📌 Hotel Design Suites: já é um hotel maior, vários quartos, ótima estrutura e localização.

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O QUE FAZER EM SALTA


📍 Passeio pelo centro histórico: Plaza 9 de Julio, Museo de Arqueologia de Alta Montanha, Igreja de San Francisco.


📍 Cerro San Bernardo : Suba o Cerro San Bernardo para ter uma vista panorâmica espetacular da cidade. Você pode subir a pé ou de teleférico. O mirante oferece uma visão incrível da cidade e das montanhas ao redor.


📍 Tren a las Nubes: Se você gosta de aventuras e paisagens dramáticas, não perca o Tren a las Nubes. Este famoso trem de altitude leva os passageiros por paisagens espetaculares até altitudes de mais de 4.000 metros.


📍 Gastronomia local: existem muitos restaurantes na cidade que te convidam a conhecer um pouco da gastronomia regional. Não deixe de experimentar as famosas empanadas Saltenhas.


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Nas nossas idas ao norte da Argentina, ficamos em Salta somente de passagem antes de seguir para nossos destinos. Acredito que 2 dias por lá sejam o suficiente para conhecer a cidade, seus pontos turísticos e gastronomia local.


CAFAYATE , a região vitivinícola do Norte Argentino


Da cidade de Salta até Cafayate, são em torno de de 180km percorridos pela incrível ROTA 68. Para esse percurso se você não viajou até aqui com carro próprio, como nós, o ideal é alugar um carro. Esse percurso é tão lindo, tão surpreendente que você vai querer parar a cada momento. Além do mais, existem várias paradas turísticas ao longo dele. A estrada é sinuosa, por isso o tempo de percurso fica em torno de 3 horas, totalmente asfaltada.


Cafayate é um pequena cidade, por lá o jeito mais fácil de se locomover entre as vinícolas, que na sua maioria são na própria cidade ou muito próximas dela, é com carro próprio. Diferentemente de Mendoza onde as regiões de vinícolas são afastadas do centro.


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Cafayate desfruta de um clima continental árido, caracterizado por dias ensolarados e noites frescas durante a maior parte do ano. Típico clima desértico. Chove muito mais no verão do que no inverno. O mês mais chuvoso costuma ser em Janeiro e Fevereiro. De forma geral, saindo desses meses não chove muito por lá.

Estive em Cafayate por duas vezes, uma no mês de julho e outra em outubro, e gostei mais da região no inverno. Os dias são mais bonitos, sem nenhuma nebulosidade e mais agradáveis. Por mais que não chova na região os dias em outubro são mais nublados . Por ser região tipicamente desértica, em outubro os dias são bem quentes também. A única vantagem de outubro é que os vinhedos estão verdes, ao contrário do inverno onde estão totalmente secos.

Quais as principais vinícolas de Cafayate?

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Quer saber mais sobre Cafayate ?





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